sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Felipe, o jovem talento tricolor

Por Giovana Matias e Isabel Miranda


Já passava das 22h quando Felipe entrou na sala de bate-papo para nos conceder essa entrevista. Após um dia inteiro de correria e treinamento pesado, o jogador da
Fluminense de 20 anos se prepara para o grande jogo de sábado, quando sua equipe enfrentará o Flamengo em partida válida pelas quartas de final da Taça Otávio Pinto Guimarães.
Felipe começou a jogar bola bem cedo na escolinha do Operário, time da sua cidade natal,
Cataguases. Ele alternava os treinos de futebol com a escola e garante que sempre foi bom aluno.
Seu pai, Renan sempre incentivou o garoto a jogar futebol e em 2001 quando o time do Cruzeiro quis levar seu filho para jogar nas divisões de base do clube ele foi o primeiro e dizer que sim. Mas sua mãe, Mirian, não gostou da história e proibiu o filho de ir morar fora de casa tão cedo. Mas foi aos 13 anos, quando o time do Operário disputava um torneio contra times grandes como Fluminense e Cruzeiro, que os olheiros do tricolor das Laranjeiras ficaram encantados com o futebol de Felipe e ele foi convidado para fazer parte do elenco do grupo carioca. Depois de muitas negociações o menino de Cataguases foi morar sozinho em Xerém, distrito de Duque de Caxias, onde fica localizado o Centro de Treinamento do Fluminense, e até hoje deu muitas alegrias para Dona Mirian.

TB:Como foi largar a família e enfrentar uma cidade como o Rio de Janeiro tão cedo?
Felipe:
No começo era difícil e a psicóloga conversava muito comigo, mas eu tinha muito medo que ela contasse o que eu estava passando para o meu treinador ou para os dirigentes do clube. Muitas vezes eu chorei sozinho e não tinha com quem conversar. Mas isso tudo me deu muita garra pra me dedicar nos treinos e me sair bem nos campeonatos.

TB: O Fluminense sempre foi seu time do coração?
Felipe:
Bem, (risos) minha família é flamenguista, mas quando você começa a jogar por um clube desde pequeno e lá você tem todo o apoio, você pega amor pela camisa. Além do mais você passa a viver o outro lado da história. Deixo a torcida para a minha família. O futebol agora é minha profissão.

TB: Como você lida com o assédio dos torcedores, principalmente das fãs?
Felipe:
Isso é complicado. Jogador tem o estigma de ser mulherengo e isso não é atoa. A maioria é. Mas eu não sou assim. As mulheres dão em cima mesmo e você precisa saber diferenciar quem é quem nessa história. Eu atendo os pedidos de autógrafos numa boa, tiro fotos. Algumas pedem telefone e já até conseguiram, mas aí mudei de número. Mas eu ainda não sou famoso, mas por aí já dá para você ver como é grande o assédio aos jogadores de futebol.

TB: Alguma já passou dos limites?
Felipe:
Não.

TB: Como foi jogar no Maracanã pela primeira vez?
Felipe:
Eu já tinha jogado no Maracanã antes de ser profissional. Foi numa final do Campeonato Carioca, pelo time juvenil. A sensação é inexplicável. Mas quando se joga pelo time profissional a paixão da torcida te contagia. Ver seu nome no telão do estádio também é uma outra sensação maravilhosa. Infelizmente ainda não marquei um gol lá. Quem sabe em 2009?

TB: E quais são seus planos pra 2009?
Felipe:
Como meu contrato com o clube só vence em 2010, minha intenção é continuar lá. Meu empresário recebeu algumas propostas, mas minha intenção é disputar pelo menos o Campeonato Carioca pelo Fluminense. Mas a vida é uma caixinha de surpresas, ninguém sabe o que pode acontecer até lá. Não dá para se ter uma resposta definitiva assim.

TB: Em 2003 você foi convocado para a seleção brasileira sub-15 e uma lesão te tirou de disputar o mundial. Como foi essa experiência para você?
Felipe:
Aconteceu tudo muito rápido. Eu fui jogar no Fluminense em agosto de 2002 e em maio de 2003 eu fui convocado para a seleção. Fiquei muito feliz com todas essas coisas boas acontecendo de repente. Mas quando eu estava treinando em Xerém, uma pancada nos trienos fez com que eu lesionasse meu tornozelo. Mesmos com tratamentos intensivos, não consegui me recuperar a tempo de viajar com a delegação da seleção para Portugal. Foi frustrante, mas valeu ter sido lembrado.




TB: Em 2006, você jogou um amistoso contra a seleção brasileira. Qual foi a sensação de ver de perto craques como Ronaldo, Ronaldinho e Kaká?
Felipe:
É outra coisa. Os caras jogam pra caramba, o ritmo é outro. E ver o talento e a habilidade desses craques que a gente só vê pela TV deixou o nosso time todo abalado. Além do mais, o seleção brasileira estava se preparanda para a Copa de 2006 e o clima era de tietagem total. Todo mundo do nosso time queria tirar fotos, pegar autógrafos, trocar camisas. Esse foi mais um sonho que o futebol realizou para mim.

TB: E quanto a projetos sociais?
Felipe: Na minha cidade tem muito gente que joga futebol fora, como o Walmir e o Mateus que jogam no Vasco, o Matheus que joga no Tupi, o Gulherme que está na Rússia, o João que joga na Turquia e mais cinco amigos meus que jogam comigo no Fluminense.
Todo final de ano a gente faz um jogo beneficente para arrecadar mantimentos para as famílias mais carentes. É pouca coisa. Mas tenho projeto de fazer um centro de recreação para crianças e jovens da periferia, com quadra de futebol, informática, refeições e aulas particulares.

2 comentários:

Toddy Break disse...

é o amooooooor!

Anônimo disse...

Apesar do ótimo tema (FLUZÃOOOO!!) e de terem um personagem interessante tbém, a estrutura da matéria está errada. Pedi uma matéria fechada, e não perguntas e respostas. A nota não vai ser muito boa não. É uma pena!
Abç Luciana