segunda-feira, 30 de março de 2009

“Perdeu, preibói”


Por Marina Alvarenga Botelho


Terça-feira, 24, 18h27min. Eu e meu amigo Rodrígo acabávamos de passar pelo portão da UFJF em direção ao shopping. Caminhávamos conversando e rindo. De repente dois sujeitos descem de uma trilha do barranco.
- Perdeu, preibói, perdeu preibói.
(Até então, Rodrigo e eu pensamos que eram dois amigos conversando entre si)
- Não corre não, não corre!
- Passa a mochila, passa a mochila.
- Vaza, preibói, corre preibói.
Eles tinham uma escopeta. Ou poderia ser uma arma forjada. Mas para gente era uma escopeta. Nos vimos diante daquela situação que acontece todos os dias, com todo mundo, menos com a gente. Entramos em uma farmácia, pedimos o telefone, 190, assalto, viatura, boletim de ocorrência.
Muitos são os relatos de furtos e até de homicídios na região ao redor da campus. Da guarita da entrada da UFJF pela Av. Independência daria para ver tudo o que aconteceu. Mas parece que esses “guardinhas” responsáveis pela segurança dos estudantes e de todos que passam por ali, não fazem nada.
Segundo reportagem da Tribuna de Minas do dia 29 de março de 2009, a participação de adolescentes em atos infracionais aumentou 72,5%. De março de 2008 a março de 2009 foram contabilizados 916 infrações cometidas pela população jovem, contra 531 casos no mesmo período de 2007.
No caso do episódio ocorrido com a gente, os suspeitos são dois menores de idade residentes no bairro Dom Bosco. A população já falou à polícia de como eles haviam forjado uma arma similar à escopeta, e quem são. Já que têm menos de 18 anos, ficarão soltos por aí, para furtar sempre que quiserem.
Um dos policias que nos atendeu na delegacia, no dia seguinte, nos contou como as nossas coisas irão rapidamente ser trocadas por drogas em uma boca de crack. O atendimento na delegacia foi demorado, havia pouquíssimos policiais para atender, o sistema estava constantemente fora do ar, e havia uma pilha gigantesca de vários casos que serão examinados antes do nosso. A chance de recuperarmos qualquer coisa é praticamente nula.
Mas, burocracia à parte, de fazer documentos novamente, o fato é que realmente nós perdemos. Realmente somos os “preibóis” da história. Facilmente compraremos tudo de novo. Sabemos que aqueles materiais roubados não tinham o menor valor pra gente, e muito menos para os assaltantes.
Esse ato pode ser explicado por situações extremas. Uma amiga, (a Mari) que sofreu também situação de estar cara a cara com criminosos e armas de fogo, disse que seu sentimento foi de culpa. Culpa por termos tido oportunidade que eles não tiveram. De não fazermos nada para mudar isso.
Talvez seja mesmo. Mas talvez essa culpa da crescente criminalidade seja do “sistema”. Por ser tão excludente e por apresentar tão poucas soluções. O que a gente pode fazer diante disso tudo? Não sei, mas o sentimento que eu tive foi o de impotência. Por ser só mais uma cidadã, potencial vítima de situações criminosas, por não ter o que fazer para ajudar a melhorar tudo isso. Como diz Betânia, logo abaixo... Mais uma vez, a violência.






segunda-feira, 23 de março de 2009

Mais uma vez, a violência

Por Betânia Barros

Ver mais uma notícia sobre um tiroteio no Rio de Janeiro me fez pensar como o tema "violência" está banalizado em todos meios de comunicação, nas conversas entre amigos ou como tema para um texto opinativo. Mas acho que nunca é demais falar o quanto sofre a população brasileira e o quanto o país em si perde com isso.
Perdemos pessoas, sejam elas próximas a nós ou não. Perdemos dinheiro com a saúde pública, que tem que arcar com os gastos das vítimas. Perdemos ao nos tornar um país conhecido pelo samba, Carnaval, turismo sexual e violência. Perdemos um pouco do que somos.

Há alguns meses atrás, assisti a um filme americano, naqueles cines qualquer coisa de algum canal. Fiquei indignada ao perceber que se tratava de um filme cuja história era de turistas americanos que após muita festa, caipirinha e sexo eram sequestrados, com a ajuda de crianças, em uma favela carioca. Os tais turistas eram submetidos à tortura e eram perseguidos por chefes do tráfico.O filme contava com atores conhecidos do grande público, atores brasileiros que tinham suas vozes dubladas em português. Era bizarro. E muito, muito revoltante. Pensei: será que é essa visão que todas as outras pessoas do mundo tem do Brasil, do meu país?

Essa é apenas uma das consequências de tanta violência. Uma imagem distorcida de uma população que, apesar de tudo, não deixa uma "marolinha" destruir seus sonhos.

domingo, 22 de março de 2009

Vivendo e aprendendo...

Por Bruna Oroña
Um edital. Uma oportunidade. Uma tentativa. Uma conquista.

Foram assim as etapas do meu intercâmbio em Portugal...

E, seis meses depois tento fazer um balanço de tudo que vivi na Europa...não é fácil, pois afinal foram muitas coisas...Acredito que essa experiência não pode ser resumida em poucas palavras, mas tenho certeza que uma delas pode sem dúvida retratar um pouco do que vivi...

APRENDIZADO

Aprendi a ouvir mais, a aceitar as diferenças, a ter mais paciência...aprendi com pessoas novas, umas mais chegadas e outras nem tanto, mas que com um sorriso mostravam o quanto é importante termos um bom relacionamento com cada pessoa que cruza o nosso caminho...

Aprendi que ficar longe das pessoas amadas é muito dificil e que tem horas em que pensei que não ia aguentar...mas com isso aprendi e vi que sou e fui forte e que essa experiencia me deixou ainda mais forte...

Aprendi que a convivencia com pessoas de outras culturas é uma das melhores coisas de se fazer um intercâmbio e que de um simples oi difícil de ser dito, veio uma amizade que ja deixa saudades...

Aprendi que no caminho de nossas vidas, aparecem anjos da guarda, que nos acompanham e nos fazem companhia, que choram junto conosco, cantam, riem, cuidam de nós, passam aperto e nos ensinam...depois de um tempo vi que esses anjos enviados por Deus agora são verdadeiras amizades que jamais serão esquecidas...

Aprendi que os amores verdadeiros resistem a qualquer tempo e distância, por mais árduo e difícil que seja...que devemos sim nos arriscar e aproveitar as oportunidades, pois são elas que nos abrem novas portas na vida...

Aprendi que o medo existe, mas que ele deve ser encarado de frente...e que devemos mostrar a ele que somos muito mais forte e que o tempo passa rápido demais, e quando uma coisa tão esperada acaba devemos olhar pra trás e ver o quanto foi maravilhoso viver tudo e ter feito tudo o que fizemos...

Aprendi que o apoio da família e principalmente de um pai é a coisa mais importante que existe; que a fé nos reanima e nos impulsiona para continuarmos a trilhar o caminho; que a ida dá um aperto no coração, mas que a volta o aperto é ainda maior...

Aprendi que os sentimentos se misturam...saudade, medo, aflição, alegria, tristeza...e que o aprendizado é uma troca que nos engrandece...Aprendi que moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza e não existe lugar melhor que o Brasil!!!


Aprendi que viajar é uma das melhores coisas na vida!!!


Aprendi que tomar uma decisão não é assim tão difícil quanto eu imaginava; que as pessoas surgem em nossas vidas com um propósito e que devemos ouvi-las para aprender o máximo o que elas têm para nos passar..

Aprendi que há três coisas na vida que não voltam nunca mais: a flecha lançada, a palavra pronunciada e uma grande oportunidade perdida...por isso, tente, arrisque e não perca as oportunidades que a vida te oferece!

Válido?

Por: Thiago Menini


A tecnologia digital mudou o mundo muito nos ultimos anos. Quem poderia dizer que um homem seria capaz de substituir um coral inteiro sozinho e sem cantar uma nota musical sequer?

Seria de espantar até mesmo os grandes gênios da música do passado. O que o grande mestre da música barroca Johann Sebastian Bach designava a pelo menos 16 pessoas no século XVII, Jordan Rudess do Dream Theater fez sozinho usando um teclado, harmonia para compor corais e muita tecnologia digital.

O que se questiona hoje, é onde está a validade destes métodos e se são realmente validos. O vídeo acima é só uma form lúdica de mostrar os novos fenômenos da sociedade atual. Não só no mundo da música, como em tudo aquilo que a tecnologia moderna toca. Com este video proponho algumas questões que não só somente pertinentes a musica, mas à tudo aquilo que a tecnologia digital está transformando.

Exemplos de questionamantos recorrentes. É válido substituir 16 pessoas por um homem e uma máquina? O homem autodestroi seu talento ao criar uma máquina para substituí-lo em massa ou é canalizar o mesmo para outras coisas?

Minha resposta para a primeira pergunta pode se relacionar para diversos raciocínios e coisas. Aqui vai um exemplo: continuemos com um homem e uma máquina. Eles criam um programa de computador capaz de controlar todo um setor de montagem de uma fábrica de automóveis. De um lado foram eliminadas as possíveis falhas humanas na montagem dos carros. Entretanto este mesmo homem deixou alguns desempregados.

Já a resposta para a segunda pergunta é: o talento é uma arma para que joga para qualquer lado. Temos que tomar cuidado com ela. Sermos sábios em usa-la. O tecladista acima foi muito sábio, imagina se ele tenta cantar com esta voz de pato rouco.

O que proponho com este artigo não é que deixemos as tecnologias de lado ou que não busquemos evoluir. Mas que saibamos evoluir com a evolução e além de tudo apreciá-la com um bem. Não adianta ser igual ao passado, passado é passado. As profissões e as relações estão mudando. Aqui vai um alerta para nos jornalistas: A tecnologia mudou a nossa forma de trabalhar e a sociedade que teremos de reportar. Tomem cuidado!

Só pra constar, sou fã do cara do vídeo e queria ter um teclado igual ao dele pra fazer umas musicas assim. Já que não preciso me preocupar, pois existirão sempre muitos outros corais onde os 16 músicos que serão substituídos poderão cantar. O mesmo já não poderá ser dito dos peões que apertavam parafusos na fábrica de automóveis. Procure não só usar indiscriminadamente a tecnologia, mas busque também pensar no impacto que ela realiza em nossas vidas.

Pense nisso!

sábado, 21 de março de 2009

Quem quer ser um milionário?

Rachel Morandi de Castro Santos


Quem quer ser um milionário?


Os reality shows são definitivamente um formato que dá certo. Podem não ter o mesmo ‘ar de novidade’ dos primeiros que surgiram na televisão brasileira, mas sem dúvida nenhuma ainda dão audiência e dinheiro para as emissoras. Programas como Big Brother Brasil, Casa dos Artistas, O Aprendiz, entre muitos outros de menor destaque, mexem com uma das características principais da cultura latino americana: a curiosidade de saber da vida dos outros, a fofoca, o melodrama. Como o próprio apresentador do reality global gosta de dizer, ‘vamos dar uma espiadinha’.
Mas dentre tantos já exibidos, o Big Brother Brasil foi o que mais funcionou e caiu na graça do público. A prova disso é que o reality exibido pela Rede Globo está em sua nona edição. E os telespectores seguem acompanhando o programa a cada ano. Elegem seus favoritos e vão torcendo para que seu escolhido seja o eleito para o prêmio. Os telespectores gostam quando casais se formam, pois o romance atrai mais ainda suas atenções juntamente quando os brothers se separam em grupos rivais, para que assim possa surgir brigas e discussões. Dessa maneira a ’grande novela’ chamada BBB se torne cada vez mais intensa e divertida – pelo menos para quem está assistindo. O público quer que os participantes lutem – de preferência literalmente - pela conquista do tão sonhado prêmio de R$1 milhão.
E a produção do programa conhece o gosto de seu público. A cada ano a conquista do prêmio é dificultada. Novas provas, novos desafios. O reality show foi deixando de ser um spa para se tornar realmente uma competição, na qual os participantes são postos a prova a todo o tempo, e as regras e a desenvoltura do jogo incentivam a discórdia, a formação de grupos, a tensão. Ou seja, trazem motivos para tornar o programa um grande ‘melodrama’, quase uma novela mexicana. A própria escolha dos brothers não é uma mera coincidência. Tudo que envolve o programa tem sempre alguma razão, as vezes oculta ou não para os telespectores. Tudo favorece para que o ‘circo pegue fogo’.
Os telespectores que não percebem essa ‘forcinha’ ficam atônitos assistindo o que eles pensam ser ‘a vida real através das câmeras’. Mas na verdade, tudo aquilo nao passa de um grande simulacro, primeiro por parte da produção do Big Brother Brasil, e segundo por parte dos próprios participantes. Pois não só a Globo conhece bem seu público, os brothers pelo menos, pensam que sabem. Cada um, a princípio, escolhe seu personagem, – variando o grau de máscaras, autenticidade, esteriótipos e sinceridade - e sua estratégia – tem dos que se assumam reais jogadores, aos que a estratégia é justamente não ter estratégia.
Porém, com o passar do tempo, alguma ‘verdade’ vai aparecendo, é impossível fingir o tempo inteiro, seja uma hora que os participantes abaixam a guarda, a máscara cai, eles relaxam e começam a mostrar sua verdadeira personalidade – ou pelo menos parte dela. É aí que o jogo realmente se inicia e os telespectores começam a ver um reality show mais parecido com a realidade, por mais redundante que isso possa parecer. O ‘bonzinho’ mostra que também sabe fazer fofoca, o ‘duro e calculista’ se revela um sentimental, a ‘gostosona’ mostra que também tem cérebro, e aquele que todos pensavam ser o ‘inteligente’ mostra que se trata na verdade de um bobo. Algumas máscaras que caíram transformam o participante de ‘anjo’ a ‘diabo’, outros que não tinham lá muita chance passam a cair nas graças do público. Nessa etapa do programa, fica mais difícil para a produção controlar o jogo, mas isso não quer dizer que ele passa é ser realmente fiel ao que se passa na ‘nave BBB’, porque as edições estão aí pra mostrar a parte que mais agrada a quem está por trás do reality show.
Mesmo os telespectores mais espertos, que sabem o que se passa por trás do Big Brother, nem por isso deixam de assistir fielmente ao programa. Podem declarar aos ventos que aquilo tudo não passa de uma grande farsa e que a Rede Globo manipula tudo. Mas no fundo, lá estão eles sentados no sofá da sala esperando a novela acabar para acompanhar os brothers e torcer para que seu favorito ganhe a próxima prova do líder e indique ‘aquele participante chato e fingido.
Não tem jeito. Não adianta negar, todos (e eu me incluo) - uns menos, outros mais - sempre acabam acompanhando o que se passa na nave BBB cheio de espectativas. Então, deixa eu ir que a prova do líder já vai começar!!!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Deus disse que esse sofá não é seu

Por Luiz Felipe Saléh

Imagine você leitor, no sofá de sua casa, ouvindo rádio com sua família, quando chega uma pessoa, manda você levantar, expulsa seus parentes e diz que a casa, na verdade, é dele. Atordoado, primeiramente você questiona: Porque? E escuta: Por que Deus quis assim. Seu próximo passo será a resistência. Quanto a isso, o intruso tem armas para resolver. Então o que você faz? Foge.

Foi o que aconteceu aos palestinos, ainda no século XIX, quando receberam as primeiras “visitas” dos sionistas.

Qualquer coincidência com o que aconteceu aos judeus na década de 30 e 40 na Europa não é mera coincidência. Os fatos estão mais que relacionados.

Interessante é ver como tudo tomou forma.

Os Judeus, como povo nômade que era, conheceu o mundo (diga-se Europa, na época) inteiro e com isso se sofisticou. O grande poder de barganha, de comércio e de lidar com dinheiro tornou os sionistas poderosos por onde passavam. Como diz o ditado de pára-choque de caminhão: “dê poder para conhecer”. Então os judeus foram conhecidos. Intitularam-se superiores e não reconheciam nenhuma nacionalidade: “Nós. Somos Judeus”.

Europeus, ainda quase “não-rurais”, naturalmente, não aceitavam bem esse comportamento. Então, dando um salto gigantesco na história, chegamos ao tão famoso Holocausto. Momento em que muitos alemães, ingleses, italianos, não circuncidados aproveitaram para vingar todas as décadas de soberba do inimigo.

Neste momento, o Ocidente, de longe, começa a influir no caso. Os americanos e os coitadinhos da Europa, pensando em se livrar do fardo que eram os seguidores de Jeová, resolveram mandá-los de volta para sua “terra mãe”. No meio de um povo de religião, cultura, cor, dente, cabelo, sapato, calça, escovas de dente e comidas diferentes eles certamente não seriam amavelmente aceitos. Azar o deles – pensou Churchill***.

Todo apoio foi dado. O ocidente, em peso, ajudou ao governo judeu na formação de seu estado. Estado este, onde existiam ancestrais árabes e muçulmanos enterrados. Azar o deles – Pensou David Ben-Gurion*.

Palestinos, sem o que fazer, fizeram birra. Também conhecida como Intifada**.

Para os desesperados, como último recurso, existem também os homens-bomba. Nada muito eficiente, mas pelo menos garantem as 40 virgens no céu.

O tempo passa e o conflito Árabe-Israelita ao invés de esfriar, esquenta. Uma intervenção aqui, outra acolá. Mas nada que resolva, ou, às vezes, atrapalha. Onu, União Européia, Bill Clinton, Jennifer Lopez e tantos outros somente serviram para divulgar ainda mais a guerra que diverte os ocidentais. Judeus e árabes morrendo. Quanta “tristeza”...

* David Ben-Gurion: Primeiro Chefe de Governo de Israel.
**Intifada: Demonstração de resistência civil palestina contra a invasão judaica.
***Churchill: Primeiro Ministro Inglês durante a Segunda Guerra.

terça-feira, 17 de março de 2009

E a natureza agradece...


Todos estão sentindo na pele, literalmente, as estranhas mudanças que
estão acontecendo no tempo nas últimas décadas. Regiões com
temperaturas extremamente elevadas, pouca umidade e as tão esperadas,
porém temidas chuvas, que ultimamente estão destruindo quase que
cidades inteiras.

Correria. Calor. Lixo. Fumaça. Falta de educação. Falta de consciência
ambiental. Falta de respeito. Desmatamento. Tempo. Dinheiro. Egoísmo.
Pois é, são essas as palavras que, creio eu, podem descrever como
estamos agindo e vivendo nos dias de hoje.

No inverno do hemisfério norte nevascas nunca antes vista. Neve em
cidades onde nunca nevara antes. No hemisfério sul, calor quase
insuportável. E a população reclamando! É isso que mais me deixa
indignada! É muita hipocrisia, quando vejo uma pessoa jogando um
papel que acabara de receber no chão reclamando desse “calor
insuportável”! Ah, como dizem “me poupe, né?"

Acho que é verdade. Voltei da Europa com uma maior consciência
ambiental. Não que eles sejam perfeitos (ninguém é, e lá também não é
o paraíso como muitos brasileiros pensam), mas que lá eles tentam
respeitar mais o ambiente onde vivem isso é verdade.

Algumas cidades você não vê um papel no chão. Sacolas de supermercado
custam 0,50 cêntimos (centavos de euro) cada uma; o que faz com que
cada consumidor leve o seu próprio meio de transportar as compras,
seja ele um carrinho ou uma sacola de papel, que é reutilizada outras
vezes.

Mas, voltando à realidade brasileira...

Muitas vezes as pessoas se perguntam: “Por que será que esse tempo
está assim?” A resposta: Este é o reflexo do que fizemos há não tantos
anos atrás assim, o reflexo das nossas atitudes. Que infelizmente,
mesmo depois de ver e sentir isso tudo tão de perto, continuam as
mesmas. Onde vamos parar com tudo isso? Será que iremos agüentar? Será
que a natureza irá agüentar?

Derretimento das calotas polares, causando a elevação do nível dos
oceanos. Desmatamento da floresta Amazônica, patrimônio da humanidade
e pulmão do mundo. Em cinco anos, perdeu 17% da sua vegetação total
colocando 600 espécies de animais na lista de extinção...

E mais uma vez.

O que estamos fazendo contra isso? O que estamos fazendo para impedir
isto? O que estamos fazendo para tentar melhorar essa realidade?

Acho que podemos começar não jogando o papel que recebemos na rua no chão...assim, a natureza agradece!

Bruna Oroña

segunda-feira, 16 de março de 2009

Acabou vazando!

Por Débora Lemos
O Big Brother Brasil se tornou parte de nossa rotina de tal forma que daqui a pouco os barzinhos vão começar a transmitir os dias de formação do paredão e eliminação, assim como transmitem os jogos de futebol.
Nada contra o programa, mesmo porque confesso ter assistido algumas edições passadas, e tenho certeza que se estivesse acompanhando a atual estaria tão envolvida quanto várias pessoas que conheço(e que vão me odiar depois de ver o que escrevi aqui!).
Que o programa está presente nas conversas por todo os lados e é assunto até nas salas de aula eu entendo, porém hoje fiquei perplexa. Estava assistindo ao jornal da Panorama, quando de repente a apresentadora do jornal solta a notícia que o paredão do BBB estava formado por Naiá e Josi. Meu Deus! Desde quando um jornal fala sobre o paredão do BBB? Daqui a pouco vamos falar sobre os finais das novelas também?
Outro ponto importante, na verdade o principal, sendo que foi ele que me motivou a postar aqui, é a manipulação do programa. Desde a primeira edição todos questionam se há uma manipulação dos resultados, das pesquisas, das eliminações,do que a televisão mostra... Mas nunca nada foi comprovado. Hoje, pesquisando outros assuntos na Internet me deparo com esse vídeo do BBB que vazou e foi parar no YouTube. Parece que a produção esqueceu de cortar o áudio e os assinantes do PPV gravaram. Ele flagra o diretor do programa Boninho dando um sermão na Ana sobre um alicate. Não acho que o motivo foi errado. Apóio. Mas a naturalidade com que os participantes levaram essa "bronca" certamente me leva a pensar que isso já aconteceu muitas vezes... E o que mais ele já falou que não foi ao ar? Enfim ... O mistério continua!

Não estupre, nem mate

Por Camila Lima




Ao ler o texto do aspirante a jornalista (e amigo) Daniel Couto, vulgo Catatau, não pude deixar de escrever algumas palavras acerca da Igreja Católica, que norteou o texto dele...

A Igreja Católica foi fundada há muitos anos e, durante longo período da História, foi a maior detentora do poder. Condenou muita gente indevidamente, matou outros tantos inocentes e é uma das instituições mais ricas do mundo, onde mendigos passam fome e dormem encostados nas pilastras de ouro do Vaticano!

Ainda nos dias de hoje, a Igreja exerce grande influência sobre as pessoas. E como evidenciou o caro colega Catatau, de forma ultrapassada orienta a vida dos fiéis, pregando que não usem pílulas, que não usem preservativos, que não pratiquem aborto... Três pontos a menos para ela! Ah, cabe lembrar que a Igreja também é contra o estudo com células-tronco! Opa, outro ponto negativo! E ainda assim a Igreja Católica consegue ser a maior do mundo!

É de suma importância esclarecer que a Igreja não se rege por si só, mas precisa de homens no seu controle. Homens tão humanos quanto eu, o Catatau, e quanto você, leitor. Homens que são tão passíveis de erro quanto nós. E como eles erram... Erram muito!

Mas o que busco em termos de fé e de preenchimento da minha carência espiritual, homem humano nenhum pode me dar: encontro em Jesus Cristo, a meu ver o homem mais divino que já passou pela terra. Minha fé vem do alto, depende muito mais do que eu sinto do que depende do que eu vejo. Minha fé se alimenta pela partilha Eucarística, a qual só encontro na Santa Missa. Minha fé aumenta quando acho que já está tudo perdido, mas inexplicavelmente uma nova porta se abre! Minha fé é certificada quando percebo os amigos e a família que tenho, verdadeiros Anjos que só podem ter sido enviados por Deus! A fé depende pouco da Instituição Igreja e depende muito da Santa Igreja, a Santa Igreja que implora que não matem nem estuprem, mas que respeitem, que amem, que aceitem que as pessoas são diferentes...

O Amor e a Liberdade são as melhores formas de professar a Fé: o Amor a Deus e aos irmãos e a Liberdade de escolher viver todo esse Amor!

O Livre Arbítrio existe, cada um é livre para escolher aquilo que lhe convém. Eu escolhi viver segundo a doutrina da Igreja Católica, mas nem por isso concordo com tudo o que ela prega. No caso do Catatau, a Igreja Católica norteou apenas algumas palavras para seu texto, mas no meu, ela acaba por nortear a vida!

domingo, 15 de março de 2009

"Estupra, mas não mata"

Por Daniel Couto

"Estupra, mas não mata". Se engana quem pensa que a frase que abre este texto foi inspirada no célebre político Paulo Maluf. Tão polêmico quanto falar de política é falar de religião. E é esse o assunto que norteará as palavras a seguir.

A excomunhão de dois médicos da equipe cirúrgica que interrompeu a gravidez de uma menina de nove anos, violentada pelo padrasto, esquentou o noticiário nacional nas últimas semanas e, mesmo agora, com a poeira abaixando na mídia, continua me proporcionando algumas reflexões sobre a fé católica.

Não é de hoje que temos os mais claros exemplos do retrocesso em que se encontra a Igreja. Questões como o aborto, o uso da camisinha e da pílula anticoncepcional e até o modo como são celebradas as missas me causam profundo desânimo. As duas primeiras questões não deveriam nem ser discutidas aqui. Mais do que uma questão ética ou filosófica, o uso de preservativos e de pílulas são uma questão de saúde pública. Mesmo com os avanços da medicina, o número de pessoas infectadas com o vírus da Aids em todo mundo é alarmante e o controle de natalidade em vários países também é extremamente preocupante.

Se a igreja é tão a favor da vida humana, como explicar atitudes como as descritas aqui ? Como explicar a atitude do Arcebispo de Olinda e do Ceará que excomunga os médicos e os familiares da menina estuprada e, praticamente, perdoa o estuprador ? Talvez o Paulo Maluf tivesse razão. "Estupra, mas não mata".

A igreja deveria rever seus dogmas e ultrapar-se, para, dessa maneira, criar um elo mais forte com a sociedade e, assim, conquistar de volta os descrentes em sua conduta (como eu).

Deveríamos ter na igreja a resposta para nossos questionamentos existenciais e o preenchimento de nossa carência espiritural, e não um órgão de controle e censura da sociedade.
E olha que não estou pedindo por bancos macios, uma arquitetura paroquial que proporcione menos eco e padres mais extrovertidos. Apesar de necessário, longe disso.

Ou a igreja reconquista seus fiéis ou teremos, em breve, um mundo descrente. E será que isso seria tão ruim ?

Ver, Pensar e Sentir um produto cultural

Por Anamaíra Spaggiari

Um mesmo filme, música ou peça são vários, dependendo do observador, que com uma atenção a mais ou a menos, consegue modificar completamente o sentido daquilo que contempla. As experiências de vida e o estado do momento do espectador também alteram o modo de perceber o produto, agindo diretamente no conteúdo apreendido.

Passei a pensar desta maneira desde que, ao fim de um documentário que me marcou bastante, percebi que a pessoa ao lado teve reações e pensamentos bem diferentes dos meus. É preciso lembrar antes de qualquer coisa que, de um produto cultural, que é por excelência subjetivo em sua construção, não podemos retirar nada além de significados subjetivos e, por isso, nem mesmo as respostas e percepções do autor ou diretor são as corretas. É esse documentário, que me levou a esses pensamentos, que tento descrever sob minhas percepções a seguir.

O som. Sempre o som conduz, persegue e perturba. Unicamente o som da gota de sangue que cai. Gera arrepios, arranca suspiros, na espera do que está por vir, na busca da compreensão, no anseio do sentido. Depois a gente descobre que é puramente envolvente, e nada mais. Ou que nesse nada mais pode se acrescentar a subjetividade, a escolha que cada um pode ou não fazer quanto ao que se quer, consegue ou tenta, dizer.

As imagens: tantas quantas nos evoca em momentos individuais que, percebidas separadamente, nos impõe a entrar na cena. Imagens, mais do que parecer, elas são. E nunca traem. Retratam aquilo que vimos todos os dias, mas sob um olhar um pouco mais lírico, mais sutil. Talvez não seja necessariamente o olhar do diretor que é lírico, mas o do espectador, que passa a ter papel fundamental no que o objeto passa a significar e que, pode ou não, conduzir a esse lirismo.

Os momentos. Tenta-se uma associação, mas ela logo se desmancha. Busca-se uma razão por trás do que se vê, mas ela insiste em se perder. Talvez porque nós mesmos estamos perdidos . Todos num mesmo espaço, em que a inconstância o torna “não mesmo” segundos depois. Lugar onde o nascimento, a fome e a morte são consideradas imutáveis, mas só na aparência.

Urbe, de Marcos Pimentel. É só sentir.

sábado, 14 de março de 2009

Que torcida é essa?

Por Thaís Pires

Ontem me deparei com uma cena que me chocou, no sentido de que senti pena de quem acho que foi injustiçado. Fui assistir ao jogo do Tupi X Rio Branco, pelo Campeonato Mineiro, aqui mesmo em Juiz de Fora. Infelizmente o Tupi perdeu o jogo de 1 a 0. É claro que todo tercedor não gosta que seu time perca, mas é um exagero xingar e vaiair seu próprio time, só porque ele não acertou dessa vez. Então, com tanta gente "em cima" do treinador do time juizforano, ele como humano que é e erra, se exaltou a ponto de fazer gesto obseno para alguns torcedores. Ao fim do jogo, o torcedor que se sentiu ofendido com a atitude do técnico Amaral, resolveu fazer um escandalo, xingando ainda mais, gritando e exigindo respeito. Agora, como pode esse homem exigir respeito se ele nem ao menos respeitou quem estava ali em campo fazendo seu trabalho.


É claro que um time de futebol tem obrigação com sua torcida de fazer o melhor possível, de levar a sério cada jogo e ter como objetivo sempre, a vitória. Porém, ninguém é sempre o melhor em tudo, todo mundo perde ou ganha, se está bem ou se está mal. Então, acho que uma torcida de futebol deve sempre gostar de seu time, motivá-lo em qualquer situação.


Enfim, o treinador pediu desculpa pelo que fez e quem passou vergonha e "saiu" como errado da história, foi o torcedor (desculpe pelo termo) ignorante, que com certeza vai continuar indo aos jogos e em outra situação como essa, fará a mesma coisa.

quarta-feira, 11 de março de 2009

E depois?

Por Isabel Miranda

Meus caros leitores, o que acontece quando 30% dos ônibus param de funcionar? Essa é uma pergunta simples, respondida com destreza pelos jornais e presente na ponta da língua de muitos trabalhadores e estudantes. Quem se cansa de esperar prefere gastar a sola do sapato ao invés da paciência. Há também o aumento dos carros e dos “caroneiros” nas ruas. É neste momento que estudantes e trabalhadores se transformam em revolucionários fazendo grandes promessas e reclamações. Mas o que acontece quando os ônibus voltam a funcionar normalmente?

Já pararam para pensar nesta resposta? A cidade volta ao normal e o espírito jovem e progressista, antes vivo, adormece em todos nós quando acreditamos que o problema foi resolvido. E foi mesmo? É só sair dos jornais e parar os murmúrios nas faculdades que cruzamos os braços e aceitamos a realidade do transporte público que usamos.

Não vamos falar aqui das condições físicas desses veículos, embora muitos casos precisem ser denunciados pela sociedade. O enfoque desta discussão será a superlotação enfrentada pelas linhas Tusmil via Universidade no turno da manhã, quando os estudantes estão indo para as aulas. Falarei das minhas observações neste campo com a experiência de estudante da Federal por dois anos e também como passageira desta linha pelo mesmo período.

O ponto de ônibus que fica em frente ao hospital Ascomcer é uma das últimas paradas para a UFJF. Imaginem então a cena, ou melhor, recordem-na: estudantes em pé colados uns nos outros, livros sob os colos, pés sobre os degraus, portas fechando mochilas, pessoas ficando para trás nos pontos por causa da superlotação e até mesmo quando há saída de passageiros deixando a frente do ônibus vazia. (ah como queríamos ouvir neste momento o “um passinho pra frente faz favor” do trocador, mas isso raramente acontece).

O que pedimos (se pedíssemos...) não é o ar condicionado presente nos veículos das linhas amarelas que circulam pelo Bom Pastor, mas o direito de irmos sentados até nossos destinos, ou pelo menos, dignamente em pé.

terça-feira, 10 de março de 2009

A culpa é de quem??

Por Camila Lima

Inaugurando as postagens que deverão acontecer durante todo o semestre nesse blog, venho dar minha opinião acerca de um acontecimento recente e que atrapalhou o dia de muita gente: a greve de motoristas e cobradores de ônibus urbanos!
Deflagrada à meia-noite do dia 9 de março, a greve visou o aumento das passagens de ônibus. De um lado, motoristas e cobradores manifestavam por reajuste salarial, manutenção de tíquete refeição e plano de saúde. Do outro, empresas que alegam crise financeira devido ao baixo preço das passagens de ônibus. Juntam-se esses dois lados em um só, reivindicando unidos, e surge, ainda, um outro lado, que é o Poder Executivo que não concede o tal aumento de passagens. A Prefeitura alega ter as mãos atadas, visto que necessita de autorização do Judiciário para que o aumento seja concedido. O Judiciário não diz nada: a Justiça é cega, surda e muda!

E a culpa, é de quem?? Quem paga e sofre as conseqüências é a sociedade, pessoas que dependem do transporte público para irem trabalhar, estudar, cuidar da saúde... E entre essas pessoas existem homens, mulheres, jovens, crianças, idosos, grávidas, deficientes... Pessoas que, pela ausência de ônibus e dificuldade em pagar a corrida de um táxi, tiveram que percorrer longas distâncias andando ou aguardar, por mais de sete horas ininterruptas, até que os ônibus voltassem a circular.
Cabe lembrar que não venho questionar a legalidade, ou não, da greve. Motoristas e cobradores têm, sim, o direito de manifestar!! Mas o acordo seria de manter, pelo menos, 30% do serviço na ativa, fato que deixou de ocorrer a partir de meio-dia, quando o setor parou.
O dilema das passagens de ônibus em Juiz de Fora começou quando, em abril passado, a Polícia Federal deflagrou a Operação Pasárgada, cujo alvo era liberação irregular de recursos do Fundo de Participação dos Municípios. Durante a operação, muitas pessoas foram presas, entre elas o ex-prefeito da cidade. Em um DVD que foi apreendido no gabinete da Prefeitura, a prova mais do que clara: Bejani combinava com os donos de empresas de ônibus que, para cada centavo aumentado no preço da passagem, as empresas pagariam a ele uma quantia exorbitante, além de receber, também, o valor bruto arrecadado pelas empresas no primeiro dia de circulação com o novo valor.
Depois de desmantelado todo esse esquema, o Judiciário ordenou que as passagens, que na era Bejani chegaram a ser cobradas no valor de R$1,75, voltassem a ser cobradas no valor de R$1,55, fator que, segundo as empresas, gerou uma crise.
E o que acontece agora? A sociedade, entregue à sorte de um prefeito corrupto, paga pelos fatos aos quais não deu causa. Um absurdo!!!
Mas absurdo maior consiste no fato de o Senhor Carlos Alberto Bejani permanecer livre, provavelmente transitando em seu carro (que deve ter ar condicionado), sem ser atingido diretamente pela greve que, a meu ver, ele deu causa.