Por Camila Lima
Inaugurando as postagens que deverão acontecer durante todo o semestre nesse blog, venho dar minha opinião acerca de um acontecimento recente e que atrapalhou o dia de muita gente: a greve de motoristas e cobradores de ônibus urbanos!
Deflagrada à meia-noite do dia 9 de março, a greve visou o aumento das passagens de ônibus. De um lado, motoristas e cobradores manifestavam por reajuste salarial, manutenção de tíquete refeição e plano de saúde. Do outro, empresas que alegam crise financeira devido ao baixo preço das passagens de ônibus. Juntam-se esses dois lados em um só, reivindicando unidos, e surge, ainda, um outro lado, que é o Poder Executivo que não concede o tal aumento de passagens. A Prefeitura alega ter as mãos atadas, visto que necessita de autorização do Judiciário para que o aumento seja concedido. O Judiciário não diz nada: a Justiça é cega, surda e muda!
E a culpa, é de quem?? Quem paga e sofre as conseqüências é a sociedade, pessoas que dependem do transporte público para irem trabalhar, estudar, cuidar da saúde... E entre essas pessoas existem homens, mulheres, jovens, crianças, idosos, grávidas, deficientes... Pessoas que, pela ausência de ônibus e dificuldade em pagar a corrida de um táxi, tiveram que percorrer longas distâncias andando ou aguardar, por mais de sete horas ininterruptas, até que os ônibus voltassem a circular.
Cabe lembrar que não venho questionar a legalidade, ou não, da greve. Motoristas e cobradores têm, sim, o direito de manifestar!! Mas o acordo seria de manter, pelo menos, 30% do serviço na ativa, fato que deixou de ocorrer a partir de meio-dia, quando o setor parou.
O dilema das passagens de ônibus em Juiz de Fora começou quando, em abril passado, a Polícia Federal deflagrou a Operação Pasárgada, cujo alvo era liberação irregular de recursos do Fundo de Participação dos Municípios. Durante a operação, muitas pessoas foram presas, entre elas o ex-prefeito da cidade. Em um DVD que foi apreendido no gabinete da Prefeitura, a prova mais do que clara: Bejani combinava com os donos de empresas de ônibus que, para cada centavo aumentado no preço da passagem, as empresas pagariam a ele uma quantia exorbitante, além de receber, também, o valor bruto arrecadado pelas empresas no primeiro dia de circulação com o novo valor.
Depois de desmantelado todo esse esquema, o Judiciário ordenou que as passagens, que na era Bejani chegaram a ser cobradas no valor de R$1,75, voltassem a ser cobradas no valor de R$1,55, fator que, segundo as empresas, gerou uma crise.
E o que acontece agora? A sociedade, entregue à sorte de um prefeito corrupto, paga pelos fatos aos quais não deu causa. Um absurdo!!!
Mas absurdo maior consiste no fato de o Senhor Carlos Alberto Bejani permanecer livre, provavelmente transitando em seu carro (que deve ter ar condicionado), sem ser atingido diretamente pela greve que, a meu ver, ele deu causa.
terça-feira, 10 de março de 2009
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Um comentário:
Camila,
seu texto ficou ótimo! :D
Espero contribuir para a discussão.
Grande Beijo!
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