terça-feira, 12 de maio de 2009

Mais uma vez, a violência...


Por Bruna Oroña


Uma coisa que acho super interessante no blog é a possibilidade de lermos um texto e poder falar sobre ele, concordando ou discordando...
Lendo estes textos vi que o tema mais frequente, infelizmente, é a violência.
Resolvi abordá-la também, inspirada no texto da Débora e retratando os dias que passei no Rio de Janeiro.

Eu amo o Rio, recanto da beleza, da mistura de raças, cores e sabores. Recanto do carnaval, do futebol, da praia do sol. E como diz o cantor "continua lindo"; lindo e violento. E confesso que tenho medo.
Fiquei na casa da minha tia em Copacabana que fica em frente ao morro do Pavão Pavaozinho e sem dúvida, como dizem ironicamente minhas primas "é uma emoção a cada dia".
Sinto tristeza em ver uma cidade tão maravilhosa, uma das mais lindas que já conheci tomada pela violência e pelo tráfico de drogas. Na manhã de sexta feira a rua estava tomada pela polícia, fiquei assustada mas soube que era por causa do Comitê Olímpico que estava lá. Neste momento haviam repórteres, jornalistas e curiosos. E o centro de controle urbano do Rio levando os "muleques" que estavam lá para o abrigo. O Demlurb varrendo as ruas. Tudo funcionando na mais perfeita harmonia. Mas só é assim na frente das câmeras. Na verdade, a realidade é outra.
Os moradores vivem com medo. Assustados. Presos dentro de suas próprias casas. Vivem restrito a horários. Vigiam a rua e a movimentação no morro para ver se podem ou não sair de suas casas.

Até quando seremos reféns da violência? Até quando essa realidade será dominada pelo tráfico? E os inocentes que vivem no morro? Serão livres algum dia?

E o que será daqueles "muleques" que o controle urbano recolheu das ruas?

A estes questionamentos a todo instante buscamos as respostas. Respostas urgentes. Respostas latentes, que se não vierem rápido farão a Cidade Maravilhosa se transformar no recanto do medo.

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