sexta-feira, 3 de julho de 2009

Apagando a 15° velinha


Por Renata Delage

O Plano Real completou essa semana seus 15 anos. E com muitos louros, merecidos, inclusive. Sua principal missão foi cumprida: controlar a hiperinflação que assolava o país no início dos anos 90.

Em dezembro de 1993, ano em que foi iniciado o programa de estabilização econômica, a taxa de inflação medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estava em alarmantes 2.477,15% anuais. Uma década e meia depois, em dezembro de 2008, a taxa era de 5,9%. Bastante considerável, não? Mas os especialistas afirmam que apesar de todo esse otimismo ainda temos sim que nos preocupar com a inflação e com os juros. Os reajustes que recebemos anualmente nas nossas contas de luz, água, telefone acabam pesando (e muito) no bolso.

Outro fator positivo foi o ganho real do salário mínimo. O menor rendimento legal a ser pago no país se valorizou 564% nesse período, mais que o dobro da inflação e acima da alta da cesta básica.

Mas deixando os números um pouco de lado, o mais importe que podemos constatar depois desses 15 anos é o prestígio internacional do nosso país, seu poder de barganha. Mesmo com a economia mundial em colapso, conseguimos, na medida do possível, controlar nossos problemas econômicos. Despontamos como um grande poderio mundial daqui pra frente. Hoje podemos dizer: temos uma moeda. Uma moeda estável, valorizada, um símbolo da importância do nosso país e, sobretudo, da nossa nação.

Somos sim respeitados pela nossa economia, mas infelizmente, extremamente malvistos pela corrupção política, típica do atraso da democracia. Poder econômico internacional nem sempre caminha lado a lado com qualidade de vida, com crescimento social.

Sejamos otimistas, mas, é claro, fiquemos sempre de olhos bem abertos. Parabéns ao nosso Real.

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