Por Renata Delage
Para nós, amantes do esporte, muitas vezes as entrevistas de atletas e dirigentes acabam se tornando uma tortura. Quem nunca se deparou com um verdadeiro assassinato da língua portuguesa no intervalo da partida do seu time de coração? Ou então, não ouviu aquela “pérola” na entrevista com o craque da equipe? Preparem-se para o show de horror!
Podemos começar pelo nosso querido (ou quase isso) técnico da seleção. “Queremos que o Brasil vença e ganhe”, disse Dunga, na entrevista para o Terceiro Tempo. Ora, o curioso seria vencer e perder ao mesmo tempo. Digamos que a redundância do técnico deve ser encarada como um erro leve, comparado ao que está por vir. Que tal o Souza, que falou o seguinte no Jogo Duro na temporada passada, na qual atuou pelo São Paulo: “O novo apelido do Aloísio é CB, Sangue Bom”.
O “cabo de guerra” entre jogadores de futebol e língua portuguesa não é coisa recente. Nunes, ex-atacante do Flamengo, teceu uma beleza de comentário antes do jogo de despedida do Zico: “Tanto na minha vida futebolística quanto com a minha vida ser humana”. Merece até licença poética essa. Ainda na década de 80, Nunes completou: “A bola ia indo, indo, indo...e iu”. Jardel, ex-jogador do Vasco e do Grêmio não ficou para trás: “Eu peguei a bola no meio de campo e fui fondo, fui fondo, fui fondo e chutei pro gol”. E o Jardel também protagonizou outras gafes: “Que interessante! Aqui no Japão só tem carro importado”, e pior, “Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe”!
Erros matemáticos e geográficos também são comuns. Fabão, quando chegou ao Flamengo, demonstrou-se apaixonado: “A partir de agora meu coração só tem uma cor: vermelho e preto”. E Claudiomiro, que jogou pelo Internacional de Porto Alegre em 72, disse ao disputar uma partida em Belém do Pará: “Tenho o maior orgulho de jogar na terra onde Cristo nasceu”. E podemos ir além do Brasil. Até o Benfica de Portugal não saiu ileso no comentário histórico de seu jogador João Pinto: “O Benfica estava à beira do precipício, mas tomou a decisão correta, deu um passo à frente”. E caiu?
Mas o campeão do Troféu Abobrinha de Futebol é o eterno presidente do Corinthians, Vicente Matheus. E essas são só algumas: “O difícil, como vocês sabem, não é fácil”, ou “Haja o que hajar, o Corinthians vai ser campeão”, ou ainda “Jogador tem que ser completo como o pato, que é um bicho aquático e gramático”, e por fim “'O Sócrates é invendável, inegociável e imprestável”.
Tudo bem que os caras estão ali para jogar bola, ou para praticar qualquer outro tipo de esporte que seja, mas o telespectador não merece ouvir tanta bobagem. O atleta tem que falar em público, portanto, o mínimo de preparo pode evitar tanto vexame.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Texto muito bom, Renata!
Parabéns!
Camila.
Postar um comentário