Por Daniel Couto
Confesso que o texto do amigo Luiz Felipe Saléh foi o gatilho que eu precisava para começar a escrever as palavras que aqui se seguem. Futuros diplomados ou não, nós, estudantes de jornalismo, temos por característica própria (ou ao menos deveríamos ter) o fato de sermos pessoas extremamente críticas.
Como o próprio Luiz Felipe falou, o que não falta na nossa faculdade é gente falando mal de determinada emissora, revista ou jornal. Com certeza você já escutou que "a Veja só publica lixo", que a "Globo não tem programas bons", que o "Big Brother é coisa para pessoas ignorantes e alienadas", entre outras coisas.
Não podemos perder de vista que os programas e leituras que tanto criticamos e evitamos, são aqueles que a maioria da população brasileira possui acesso.
É muito fácil criticar a revista Veja sem se quer ter lido uma. É comodo falar mal do Big Brother e da Rede Globo, quando se pode ligar a tv a cabo e ter acesso a 150 canais diferentes. É simples criticar os blockbusters hollywoodianos quando se tem acesso ao conhecimento de outras tendências e escolas cinematográficas.
O que falta para muitos é a simples e humilde capacidade de ENXERGAR ALÉM DO ÓBVIO. Por trás de várias bundas e corpos saradas na piscina, talvez seja possível tirar do Big Brother alguma lição sobre comportamento humano, ou o que quer que seja. Muito além da coluna do Mainardi e as críticas ao governo Lula, os esquerdistas de plantão podem encontrar na VEJA matérias sobre cultura e ciência que possuam um certo valor. Mais do que personagem dos quadrinhos, o filme "Homem de Ferro" pode conter uma crítica a cultura belicista dos Estados Unidos, por exemplo. Basta querer enxergar. Basta tentar enxergar.
Não devemos é deixar que nossa característica e personalidade crítica seja domindada por "bairrismos" e generalizações infudadas que acabam nos impedindo de perceber algo construtivo nas ditas produções culturais de massa.
Como já dizia o poeta: "O pior cego é aquele que não quer enxergar".
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Um comentário:
Assino embaixo, amigo.
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