segunda-feira, 22 de junho de 2009

Uma nova tendência ou um abuso midiático?


Por Anamaíra Spaggiari

Os “defeitos” e as constantes acusações às quais a mídia é submetida podem ser vistos sob um novo ângulo, de maneira a reverter essas críticas. Por exemplo, hoje em dia, muitas vezes a mídia é acusada de exceder sua função ao abordar questões policiais com exagero. Verdade ou não, certo ou errado: essa não é a questão, pelo menos para o momento. Um defeito que é frequentemente debatido pode ser uma nova tendência capaz de trazer benefícios para a sociedade. Uma nova tendência, uma nova função, e não necessariamente um abuso midiático.
Não é de hoje que a mídia é chamada de quarto poder, aquele que regula, fiscaliza, dissemina, impõe, manipula e forma opinões. As mídias, principalmente a TV, podem usufruir desta característica de maneira a ampliar a participação da sociedade em questões políticas e sociais.

A presença de jornalistas em certos casos policiais e a abordagem frequente de alguns crimes bárbaros acabam por exigir uma resolução do Estado daquele determinado caso, já que o poder fica pressionado a tomar decisões. Isto ocorre principalmente pelo aumento considerável da participação da população nessas questões, quando passam a exigir soluções e punições ao condenado.

É evidente que essa nova atitude dos cidadãos é reflexo da insistência da mídia. Apesar de, na maioria das vezes, serem abordadas com sensacionalismo, as matérias de “interesse do público” se tornam relevantes num contexto social onde a sociedade age com descaso no que se refere às questões da nação; ou melhor, já não agem. Mas já que essa tendência gera resultados positivos, por que não aproveitar dela? Desta forma, a discussão na sociedade, a participação do cidadão, que há tempos tem se omitido, são estimuladas.

Não pretendo estimular o sensacionalismo nos jornais, mas levantar uma hipótese de que essa abordagem está, de certa forma, atrelada à função social das mídias de formar opinião, lutar contra a impunidade e regular instituições e autoridades.

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