quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ampulheta


Por Daniel Couto



"A mesma fina poeira que hoje causa tristeza, amanhã provocará alegria. Assim, girando de um pólo a outro, a existência se repete pela eternidade."

Foi lendo uma matéria do Caderno Dois, da edição de domingo da Tribuna de Minas, que tive contato com essa teoria, proposta pelo filósofo Friedrich Nietzsche em 1882. Mais do que uma frase de efeito ou um nariz de cera para a reportagem da Tribuna, o pensamento de Nietzsche também é responsável por deixar algumas pulgas atrás da minha orelha.

Tudo realmente parece ir e vir. As mudanças na produção cultural e na maneira de se produzir informação parecem comprovar a Teoria do Eterno Retorno do filósofo Alemão. A volta do disco de vinil, em plena era da música digital, o surgimento de bandas de rock que mais parecem cópias das que existiam nos anos 70 e até as novas formas de se comunicar talvez possam ser entendidas pela ótica da teoria de Nietzsche.

Estaríamos sempre presos a um número limitado de fatos, fatos esses que se repetiram no passado e se repetirão no futuro ?

Se tratando de comunicação, será que a informação atingiu um ponto de tamanha massificação que nós, consumidores dela, nos sentimos na necessidade de expressar nossa singularidade (como fazemos no twitter) como nos velhos tempos ?

Talvez até a própria queda da obrigatoriedade do diploma de jornalismo seja mais um efeito dessa teoria maluca. Talvez daqui há 40 anos enxerguem essa necessidade.

Enfim, filosofia é um campo cercado de incertezas. Ainda mais para alguém que não conhece nada da área como eu.

Uma hora as pulguinhas atrás da minha orelha irão embora e, no futuro, como propõe Nietzsche terão seu retorno.

Medo.

Nenhum comentário: