Por Betânia Barros
A semana passada foi marcada por um dos mais misteriosos acidentes aéreos do mundo. Mas uma coisa mais assustadora me chamou a atenção.
Assistindo ao Bom dia Brasil, como faço todas as manhãs, ouvi notícias sendo dadas sobre o acidente com o avião da Air France. A repórter dizia ter informações exclusivas das buscas feitas na área de Fernando de Noronha e que possíveis destroços poderiam ter sido encontrados. Segundo ela, essas informações vinham de um rádio amador que se localizava no arquipélago. O dono desse rádio era um homem cujo nome eles disseram, mas não me recordo.
Quando ouvi, pensei: como um jornal reconhecido poderia ter a coragem, se é que eu posso chamar de coragem, de dar uma informação sem fundamentação e totalmente sem ética? A situação envolve pessoas, mortes e esperança, e dar uma informação dessas foge ao senso de ética que todo meio de comunicação deveria ter.
Toda informação deve ser certificada e só depois pode ser divulgada. Além disso, as fontes devem ter credibilidade.
No mesmo dia, o responsável pela comunicação social da Aeronáutica dava entrevista e ao mesmo tempo, escutava as informações dadas aos telespectadores. Ao ouvir que a informação vinha de um rádio amador, o oficial soltou:" Vocês não podem repassar informações amadoras. Não trabalhamos com rádio amador e não repassamos informação."
Ainda bem que ele também percebeu e protestou no ar.
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