terça-feira, 9 de junho de 2009

Dia dos Namorados ou das Vendas?

Por Anamaíra Spaggiari

12 de junho está chegando. Enquanto alguns lotam as lojas, que extendem seu horário de funcionamento para atender a demanda massiva; outros resmungam a falta de companhia e, muitas vezes, apelam para Santo Antônio ou para simpatias das mais diversas. É interessante como as pessoas se deixam ser envolvidas por datas comemorativas que sabe lá quem as inventou. Confesso eu, que sou das mais assíduas, dentre as que dão tanta importância às comemorações.

O dia dos namorados é capaz de levar as emoções à extremidade, desde a tristeza inconsolável de quem prefere ficar sozinho em casa assistindo a um filme_para os mais depressivos, a escolha de uma comédia-romântica é recorrente_ à alegria incontida de casais em bares, parques, restaurantes, praças, motéis, enfim, aonde seus desejos mais íntimos e/ou bizarros puderem chegar.

Nem todos têm a curiosidade de pesquisar a origem do dia dos namorados. A existência da data já se basta, para muitos. A história mais conhecida remonta à Roma Antiga, no século III, em que um padre luta contra a ordem de um imperador e realiza diversos casamentos. Considerado mártir pela Igreja Católica, o dia de São Valentim foi determinado em homenagem ao dia da morte do padre de mesmo nome. A data de 14 de fevereiro marca também a véspera do lupercais, festas anuais celebradas na Roma antiga em honra de Juno (deusa da mulher e do matrimônio) e de Pã (deus da natureza). Um dos rituais desse festival era a passeata da fertilidade, em que os sacerdotes caminhavam pela cidade batendo em todas as mulheres com correias de couro de cabra para assegurar a fecundidade.

No Brasil, como parece ser sempre, é diferente, não só a data, que é comemorada no dia de 12 junho, como também a história. A comemoração foi feita a partir de 1949, , quando o publicitário João Dória apresentou aos comerciantes, a princípio paulistas, a idéia estrangeira. Como junho é um mês de poucas vendas e no dia 13 comemora-se o dia de Santo Antônio, santo casamenteiro,_justificativas que não devem, necessariamente, vir nessa ordem_ foi decidido que a comemoração fosse em sua véspera.

Talvez eu preferiria não ter ficado sabendo da história, que é fria e racional, em contraposição ao que a data propõe, e descobrir que sou produto manipulado de mais uma tática capitalista. Mas não importa, continuarei dando a mesma importância ao 12 de junho. Para quem pensa o contrário, arrume um(a) namorado(a) e entenda a diferença. Bem... E é isso que eles querem que eu dia. É essa a maneira como eles querem que eu me comporte. Enfim, continuo sendo um produto...

Um comentário:

Bel disse...

Ana, eu já ia escrever sobre isso!!!
:D hahahaha
Parabéns pelo texto!

beijos!