Continuando o assunto: cinema.

por Ludimilla Fonseca

Enquanto todo mundo (leia-se Rede Globo) só fala no filme Jean Charles, existem outras coisas mais interessantes para se ver por aí, como o último post da Marina comprova. Não que o longa brasileiro, dirigido por Henrique Goldman e estrelado por Selton Mello, seja ruim. Afinal, ainda nem vi. Mas se é para falar de polêmica, vamos ao que interessa.

Por mais que não deva, a homossexualidade ainda é um assunto polêmico. Incesto, de tão delicado, é um tópico nem mesmo comentado. Do Começo ao Fim, o novo longa de Aluisio Abranches, condensa os dois temas na mesma história. Resultado: 2x polêmica.

O filme, que conta a história de Francisco [Lucas Cotrim] e Thomás [Gabriel Kaufman] - filhos de Julieta [Julia Lemmertz], mas de pais diferentes [Jean-Pierre Noher e Fábio Assunção], acompanha o relacionamento dos irmãos desde crianças. Este relacionamento é marcado pelo cuidado do mais velho, a admiração do caçula sobre sua figura e por uma intimidade (supostamente) excessiva entre eles. Eles crescem, os atores João Gabriel e Rafael Cardoso passam a viver os personagens, e um romance gay se desenvolve.

Essas são apenas as primeiras impressões retiradas do trailer, já que o filme ainda não possui uma data de estréia. Contudo, a repercussão já é enorme.

Vale destacar uma frase do blog Adventismo em Foco: ”O Fim do tempo começou. Quando a família não é mais respeitada e crianças participam de um filme como este, simplesmente não falta mais nada [para a volta de Cristo]”. Além de outros comentários não menos interessantes como: “Ah! Não podia ser duas meninas?!”

Exagero ou não, é apenas o começo.

Nota-se que a coragem é grande. Me arrisco a dizer que o cinema brasileiro nunca tratou o assunto desta meneira: sem meias voltas, mas de maneira respeitosa. O fato do incesto parece, inclusive, querer universalizar esse amor e levá-lo a um patamar ainda mais elevado e delicado.

Homofóbicos, homossexuais e “sem-preconceitos, mas héteros”, todos (e todas, rsrs) vão, com certeza, correr para o cinema.